Primeira Fase: Páginas 1 a 49

Deixem aqui as vossas considerações sobre a primeira fase desta leitura!

Estas são as minhas considerações sobre a 1ª Parte:

Logo nas primeiras páginas, é-nos apresentado Bonifaz Vogel, 42 anos mas de aparência mais idosa, que começa a ouvir uma voz vinda das profundezas da sua loja de pássaros.

Simultaneamente, Isaac Dresner, vê o seu melhor amigo ser morto por um soldado nazi e, com a aflição, refugia-se na loja de pássaros. É dele a voz que Bonifaz ouve.

O que sabemos então por estas duas cenas?

Estamos em plena 2ª Guerra Mundial, Isaac é judeu e refugia-se na cave da loja porque, anos antes, o seu pai havia sido o responsável pela construção. Isaac começa então a viver naquela cave e enceta com Bonifaz uma estranha relação.

Aparentemente, Bonifaz vive num estado de ilusão, porém, não se entende bem se essa ilusão é devido ao trauma de ter perdido a família num bombardeamento ou porque é efectivamente deficiente. Há factos que provam essa apatia. Basta ver que, às tantas, Isaac considero-o uma criança, “que tinha a cabeça composta por reticências cranianas”. Inclusive as pessoas diziam que ele era estúpido e Bonifaz concordava.

O autor vai traçando assim um puzzle que, espero, tenha sentido durante o desenrolar do livro, mas, durante estas 49 páginas, confesso a minha confusão sobre estas histórias cruzadas, assim como as várias analogias que o autor parece querer efectuar. No entanto, questiono-me: Qual o seu sentido?

Impressionante, e bastante sugestiva, a descrição dos bombardeamentos de Dresden entre 13 e 15 de Fevereiro de 1945. Um puzzle para Deus. Precisamente o puzzle que Afonso Cruz parece querer traçar.

A primeira parte termina com o fim da guerra. Numa Dresden em ruínas, Isaac sai do alçapão e surpreende Bonifaz que jamais pensou que a voz que ouvia seria de uma pessoa. Depois, novamente uma cena estranha, abstracta, três pessoas de mãos dadas. Uma delas, Tsília, completa o "triunvirato".

Confesso a minha estranheza pela história. Aparentemente desconexa, cheia de analogias, o enredo, até agora, não me cativou, assim como o estilo de escrita.

Espero que a segunda parte se faça alguma luz acerca das pretensões do autor.

Olá Iceman!

Em primeiro lugar, as minhas desculpas. Sei que te deixei um pouco pendurado. Tenho estado de férias e o blog e as leituras têm ficado um pouco para trás, este grupo acabou por ser afectado também.

Quanto ao livro em si...devo dizer que também não me agarrou. Tem, como dizes, um toque de abstracto que é algo que pessoalmente não me atrai. A escrita em si é boa, mas a história é estranha e certas partes deixam um pouco a desejar. Bonifaz não percebe que é uma pessoa! Como é possível?! A mim parecem-me pontas soltas.

Marcou-me, isso sim, a parte logo no inicio em que Isaac vê o seu amigo ser morto. A questão da cabeça que tomba sobre a bota do rapaz, não sei bem porquê, mas ficou-me na memória. Triste, duro, mas que chama a atenção.

Admito que não terminei o livro. Tal como tu, foi uma história que não me cativou mais me provocou estranheza.